Igreja do Coração de Jesus - 15 de março de 1957: Cai a Torre da Igreja

Antigo Templo (foto O Povo)

 Metade do Século XIX, Fortaleza. Numa época de dificuldades econômicas e problemas sociais se alastrando, a fé era a grande aliada dos cearenses. Destacava-se a família Albano, incentivadora do catolicismo, à frente Barão de Aratanha, que propôs ao primeiro bispo do Ceará, Dom Luís Antônio, a construção de uma capela no Centro, tendo a pedra fundamental simbolizada no dia 25 de setembro de 1875, na Praça da Boa Vista

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 Do governo, gestão do Coronel Ferraz, o primeiro da era republicana, conseguiu-se “tijolos de Tabatinga”, que eram feitos a mão, e as obras aos cuidados do engenheiro Romualdo de Barros. Foi aproveitada mão de obra de retirantes da grande seca, que iniciara em 1875, com estágio máximo em 1877 (terminando em 1879).

 Esse povo flagelado, assolado pelas pestes e fome, discriminado pelas elites da capital, considerado “ladrão” pelos mais complexados, também ajudou nas construções de praças, como o Parque da Liberdade, que em seguida virou “da Independência”, depois Cidade da Criança (em 1890, ao lado da igreja, e em volta da Lagoa do Garrote, onde existia a capela de N. Sra, das Dores desde 1848), e de cadeias públicas.

 Inaugurada em 25 de março de 1886, lembrando os 750 anos do falecimento de São Francisco, de linhas neoclássicas, ficou conhecida popularmente como “Igreja dos Albanos”, mas consagrada futuramente como Sagrado Coração de Jesus, antes de tornar-se paróquia. Seu primeiro padre foi Antônio Xisto Albano, filho de Barão de Aratanha, que o educou em Paris, onde se ordenou em 30 de maio de 1885.

 Em 1 de junho de 1901 sua responsabilidade ficou, até hoje, a cargo da Ordem Seráfica dos Capuchinhos da Missão do Maranhão, tendo em vista a transferência de Padre Albano, pelo Bispo D. Joaquim, para o Maranhão. Em seguida vieram o Convento do Sagrado Coração de Jesus, da Ordem Terceira Franciscana Masculina e Feminina.

Cúpula (foto O Povo)

 Às 13:20 h de 15 de março de 1957 o bloco de concreto com a imagem de Jesus Cristo e o relógio de quatro faces caíram, causando comoção na cidade, tendo decidido os frades não reconstruir a torre desmoronada, mas erguer um novo templo, maior, com uma bela cúpula, como vemos hoje.

 Hoje Santuário, foi elevada à categoria de paróquia em 2 de agosto de 1968 pelo Arcebispo de Fortaleza, Dom José de Medeiros Delgado.

Barão de Aratanha teria sido protetor (digamos, contribuinte financeiro) da Santa Casa de Misericórdia, da Igreja do Carmo (antes N.Sra. do Livramento) e do Colégio da Imaculada Conceição.

Templo atual, ao lado da Cidade da Criança, e a outrora Lagoa do Garrote

Fontes: Gustavo Barroso (“À Margem da História do Ceará”) e Arquivo Nirez.Ige