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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Trairi - 26/01/1500 - Pinzón desbanca Cabral - História a ser Contada

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 Certa noite, nos primeiros dias deste ano, ouvi, na emissora de rádio CBN de São Paulo, uma entrevista com Jorge Caldeira, escritor de cunho histórico, que resumiu, ao final dela, a sua avaliação sobre seus estudos: “A história do Brasil está para ser contada”.  Ainda que pareça uma opinião exagerada, e humilhante para quem colabora com ela, leva-nos à certeza de que seu conceito, da história brasileira, é amplo, merecendo estudos constantes, uma vez que começou a ser escrita conforme interesses da metrópole, dos colonizadores. Objeto desta crônica, procuramos nos distanciar da leitura clássica, penetrando nas avaliações constantes nos livros independentes, aqueles raros de se encontrar nas livrarias, mas de cuidados extremos nas bibliotecas.  Quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 22 de abril de 1500, segundo fontes oficiais no sul da Bahia, os espanhóis não apenas já nos haviam avistado como pisado em terras brasileiras, no Nordeste, e no nosso entendimento, no Ce

Passeio Público - A Conversa entre o Baobá Africano e o Poeta

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                     Por Lauro Ruiz de Andrade, jornal O Povo, 30 de abril de 1982  Os fortalezenses estão fartos de ouvir reclamações sobre o abandono do Passeio Público. Se predominasse mentalidade mais simpática ao problema da preservação da flora, aquela área central, atualmente pouco frequentada, poderia servir para implantação de um jardim botânico moderno, sob a direção de botânicos estudiosos de nossas praças.  A primeira providência, caso fosse concretizado o plano, consistiria no afixamento de placas metálicas identificadoras, contendo os nomes botânicos e os vulgares das diversas árvores ainda restantes. Isso facilitaria, com pequena despesa, o conhecimento da flora nordestina, ameaçada de extinção. Praça dos Mártires  Há residências em Fortaleza que identificam as suas árvores. Dona Lúcia Dummar, por exemplo, teve esse cuidado na sua Granja Castelo, em Messejana. As centenas de árvores lá existentes são apresentadas aos visitantes com seu nome vulgar e sua class

Francisco Pinto - Padre dos Índios Cearenses em Processo de Canonização

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Padre Pinto na Biblioteca Nacional de Portugal  Em março chuvoso de 1607, dois portugueses de batina, o mais velho com 54 anos, avançada para a época, o outro vinte e dois anos mais novo, caminhavam exaustos e lentamente nas matas fechadas quando iniciaram a subida do terreno acidentado daquela que os índios chamavam Serra dos Corvos (Uruburetama), uma situação inédita e desconfortável.  Não deixou de ser espantoso o que escreveu um deles em seu diário: “Nessa triste serra parece que se ajuntaram todas as pragas do Brasil, inumeráveis cobras e aranhas que chamavam caranguejeiras, peçonhentíssimas de cuja mordidura se diz que morrem os homens, carrapatos sem conta, mosquitos e moscas que magoam estranhamente e ferem como lancetas”. Assim eram as surpresas que aguardavam os estranhos naquela região da América que ainda viria ser povoada pelo homem branco.  No dia dois daquele mês, haviam chegado por terra, à beira mar, após quase um mês de caminhada, desde o Rio Jaguaribe, num

Profetas da Chuva - De 1603 a 2024. Secas e Chuvas no Ceará

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 Histórico dos Profetas Foto 23/04/1924. Sangra o Cedro pela primeira vez. É comum, desde a chegada dos seus primeiros habitantes, a curiosidade com as chuvas, historicamente escassas no Ceará. Até hoje, para alguns, vale-se de crenças que remontam os primeiros estudos daquele povo. Tais pesquisas pelo homem branco iniciaram-se com as missões jesuítas no Século XVII, quando os padres procuravam entender as superstições indígenas, incomuns aos europeus.O português, ao catequizar os nativos, reservou a enorme planície do sertão para a chegada do gado pernambucano e baiano, em área propícia, ainda verde, ideal para a criação bovina e produção de seus derivados. Com ele as sesmarias, garantindo terra para os forasteiros, portugueses ou descendentes.   Deu-se origem às charqueadas (tratamento e comércio de carne seca), cuja riqueza atraiu moradores de todo o Nordeste, no início do século seguinte, fixando-se os novos “cearenses” à beira dos rios navegáveis, como o Jaguari