Dr. Théberge - O Primeiro Livro sobre História do Ceará
Dr.Théberge foi o mais velho dos historiadores do Ceará |
Adiante, foi
contestado por Barão de Studart, considerado o maior historiador do Ceará,
porém, na opinião deste pesquisador, superado por Pompeu Sobrinho (1880 -1967).
Guilherme Studart, fiel aos registros cartoriais, criticava publicações de
origem popular e seus contos orais, prática também usada na época pelo
jornalista João Brígido.
Théberge é um dos
quatro expoentes que compõem o primeiro período da historiografia cearense, que
se encerra com a fundação do Instituto de Ceará (1887). Aqui temos os demais:
- Thomaz Pompeu de Sousa
Brasil (Senador Pompeu). Nasceu em santa Quitéria 7 anos depois de Théberge, tendo
lançado o livro “Ensaio Estatístico da Província do Ceará” (1863) aos 45 anos.
Foi padre, advogado, professor (primeiro diretor do Liceu do Ceará) e,
logicamente, senador do império.
- Tristão de Alencar Araripe (Icó, 7/10/1821 - 3/6/1908). De
ilustre família do Cariri, a qual liderou a luta pela República (neto de
Barbara de Alencar e primo de José de Alencar), foi advogado, jornalista
(diretor do republicano “O Cearense”), deputado, senador, presidente do PA e do
RS; ministro da Fazenda e da Justiça. Publicou em 1867 “História da Província
do Ceará”, um livro fantástico.
- João Brígido, nascido no ES em 1839, começou sua carreira
no Crato, jornalista de personalidade forte e combativa. Sua grande
contribuição está em “Homens e Fatos”, que publicou aos 90 anos. Na verdade
trata-se de resumo de crônicas escritas desde “O Araripe”, que fundara em 1855.
Em Fortaleza, foi trabalhar com Tristão Araripe no “O Cearense”, assinando como
K.K.K, para evitar perseguições. Em 1909 fundou o jornal ¨Unitário”, ajudando a
derrubar a “Oligarquia Accioly", tornando-se um dos maiores jornalistas do
Ceará, além da pompa de deputado. Decepcionado com o governo de Franco Rabelo,
seu jornal tornou-se opositor, defendendo a volta da monarquia. Por isso,
polêmico, faleceu criticado pela intelectualidade da capital cearense,
praticamente republicana.
Teatro da Ribeira dos Icós, de característica neoclássica |
Residindo e medicando
na cidade de Icó, que prosperara graças ao fenômeno das charqueadas, no século
anterior, Dr. Théberge construiu, em 1860, o belo “Teatro da Ribeira dos Icós”,
monumento que, após passar 25 anos abandonado ou fugindo às características,
como cinema e sede de emissora de rádio, foi tombado em 1983 pelo Departamento
de Patrimônio Cultural (Secretaria de Cultura do Ceará), regido pela Lei do
Patrimônio, então de 1968
Salutar estarmos
atentos a momentos marcantes do nosso Estado. Esses homens da leitura e escrita
contribuíram enormemente para o aprofundamento da nossa história, que
procuramos seguir. Urge a sua presença didática e prática nas escolas.
O autor do Blog com a segunda edição do livro (1973), apresentada pelo escritor Mozart Soriano Aderaldo (Instituto de Ceará e ACL) |
Tenho este livro, muito interessante.
ResponderExcluirParabéns, Professor Oswald Barroso, filho do poeta Antônio Girão Barroso.
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