Mozart Soriano Aderaldo - 22 de Abril, Nasce o Historiador Conservador de Mombaça


Mozart Aderaldo (Tribuna do CE, 1988)

Origem e Estudos


Nasceu no dia 22 de abril de 1917, em Brejo dos Anapurus (MA), terra de sua mãe, Elisa, que descendia de catarinenses. Seu pai Francisco, porém, pertencia à tradicional família Aderaldo, da fazenda “Boca da Picada”, Mombaça (CE), da matriarca do município, Maria Pereira, sendo Mozart seu neto de décima geração. Sua esposa, Ana Cartaxo, foi seu grande amor, com quem teve cinco filhos.

 No Colégio Cearense, onde começou seus estudos, teve o reforço da educação católica, que vinha da família. Por toda a vida defendeu o culto cristão, austero, condenando a “indecência”, os novos costumes, que iam em desencontro aos ensinamentos da Bíblia, não admitindo, por exemplo, homens de cabelos compridos.  Depois foi para o Liceu do Ceará, de estilo agnóstico, sendo ali onde adquiriu sua paixão pelas letras, com os ensinamentos do Professor e filólogo Martinz de Aguiar, de quem herdaria a cadeira 19 (patrono José Albano) na Academia Cearense de Letras. Portanto, uma pessoa de formação conservadora, ainda que de fortes amizades com os socialistas.

Professor e Historiador


 Professor Administração da UFC, advogado, servidor público, jornalista e escritor; imortal da ACL, da qual foi presidente, assim como do Instituto do Ceará; membro do grêmio literário Clã, que contava com talentos como Antônio Girão Barroso, João Clímaco Bezerra e Otacílio Colares, Mozart foi um grande defensor do patrimônio Público e pesquisador sobre o Ceará, autor do célebre livro “História Abreviada do Ceará” (1974), e responsável pelas anotações do primeiro livro de História do Ceará, “Esboço Histórico do Ceará” (Pedro Theberge, 1869), na sua segunda edição, de 1973, e do “Diário de Matias Beck”.

Prefeito


Medalha Rotary Ceará

 Em 1939, por indicação do interventor federal Menezes Pimentel, foi prefeito de Senador Pompeu (CE) por quase dois anos, pedindo demissão, segundo o próprio, para terminar, na capital cearense, o curso de Direito iniciado no Rio de janeiro. Após passagens pela assessoria jurídica da Secretaria de Agricultura, conselheiro do Tribunal de Contas do Ceará e Juiz do trabalho, foi secretário de Administração no Governo Virgílio Távora, além de governador do Distrito 450 do Rotary Clube Internacional e diretor da Imprensa Oficial.


Praça do Ferreira, a Paixão


 Publicou “A Praça” como forma de protesto contra a demolição da Praça do Ferreira, o coração da cidade, em 1969. Parecia acertar, pois, fisicamente, foi, segundo os seus frequentadores mais antigos, a mais feia. Sua última reforma partiu da gestão do prefeito Juraci Magalhães, tentando resgatar a sua maior lembrança, a Coluna da Hora.


Cidadão


 Como jornalista, foi redator, repórter e correspondente de vários jornais e revistas nacionais. De prêmios, ainda, recebeu, entre outras, as Medalhas Boticário Ferreira, José de Alencar, Centenário do Instituto do Ceará, Mérito Cívico e Barão de Studart. Um ano antes do seu falecimento, em 25 de junho de 1995, foi agraciado com o troféu Sereia de Ouro, do Grupo Edson Queiroz. E pelas mãos do vice governador Castelo de Castro, da sua Mombaça, recebeu, em 1980, o título de Cidadão do Estado do Ceará. 

2/10/1980: Assemb. Legislativa CE, durante lançamento do livro "Mombaça - Biografia de um Sertão". Ex-pres. da AL. CE e vice- governador, Dr. Francisco Castelo de Castro; Dr. Paulo Bonavides ( então presidente do Instituto do Ceará) , e o Dr. Francisco Castelo de Castro, e do ex-deputado estadual Augusto Tavares de Sá Benevides. Foto Maria Pereira Web.

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