Doutora Amélia Benebien, a Primeira Médica do Nordeste





Como boa parte dos vizinhos, seus pais deixaram Exu PE e foram morar no Crato CE, na época a mais progressista cidade de todo o Cariri, extremo sul cearense. Ali nasceu, em 6 de janeiro de 1860, Amélia Benebien (depois Perouse, sobrenome do esposo, médico francês), filha de coronel, parente de Pe. Cícero, afeita aos estudos.
 Dez anos antes da Proclamação da República, um decreto permitiu às mulheres brasileiras estudarem nas Escolas de Medicina. Quando soube, suplicou aos pais para iniciar o curso na Escola de Cirurgia do Hospital Real da Cidade da Bahia, cuja Faculdade de Medicina fora criada em 1808.
 E num lombo de cavalo, aos 25 anos, acompanhada de dois escravos, partiu para Salvador, cortando de balsa o majestoso Rio São Francisco. Enfrentou o preconceito por ser mulher, cearense, num curso frequentado por filhos de abastados, brancos de todo o NE, e para tal conviveu com seus cabelos curtos, machista, até a formatura em 1889 sem repetir uma cadeira.
 Valeu a pena: primeira médica nordestina e a 14° do País. Faleceu em 1953 aos 93 anos. Conclui-se que soube se cuidar.

  Resumo da matéria de Ângela Barros Leal (O Povo, 22/11/ 1988), sempre magnífica (“A História do Ceará Passa Por Esta Rua”). A Rua Amélia Benebien se localiza, em Fortaleza, no bairro do Papicu.

Comentários

  1. Fortaleza, 23.5.2020
    Motivo de orgulho para o Ceará.

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  2. Tia legítima da minha vó Oda Pedroso Maia e Prima legítima de Padre Cícero.
    Um orgulho imenso. Salve.!

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