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Mostrando postagens de 2015

Oswald Barroso - Teatro Cearense em Livro - O Povo, 21/11/1986. Por Concy Bezerra

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Compromisso com a Arte Popular Um artista comprometido com o seu tempo, engajado nas lutas populares, entendendo a arte como prova de criação coletiva, é como classifica a diretora teatral e professora do Curso de Comunicação Social, Erotilde Honório, sobre o escritor e jornalista Oswald Barroso. Hoje (21/11/1986) será lançado, no Teatro da Emcetur, o livro intitulado “Irmandade da Santa Cruz do Deserto”, de Oswald Barroso, contendo a versão final da peça “O Pão” e o texto ópera “Moacir das Sete Mortes”, numa extensa programação pelos 50 anos do Caldeirão. Com capa de Audifax Rios, o livro será apresentado em meio a recital e dramatização da peça (do autor e da colega Erotilde Honório, uma edição da Secretaria de Cultura e Desporto e Imprensa Oficial). Nas três peças destacadas no livro, a professora o observa que Oswald segue o caminho mais consciente dos autores nordestinos: a linha popular. “Os temas são diferentes, mas a linguagem é a mesma, com clara influência “brechtiana”

Antônio Martins Filho - Reitor por Doze Anos. Amante das Letras Sempre.

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Antônio Martins Filho, fundador da UFC  Ele nasceu no Crato, região do Cariri cearense, em 22 de dezembro de 1904, falecendo em 20 de dezembro de 2002. Portanto, uma das maiores expressões das letras nordestinas, Antônio Martins Filho, faria, neste fim de 2015, 111 anos.  Atrevido, com doze anos estava nas ruas de sua cidade vendendo e entregando o jornal Gazeta do Cariry, no qual colaborava ainda como ajudante técnico, despertando para o jornalismo, influenciado pela avó, amante da leitura.  Dez anos depois, partiu para a segunda etapa de sua vida, Maranhão, onde iniciou, como caixeiro viajante, o "ganha-pão" que lhe ajudou a fundar a firma “A Cearense”, em Caxias, interior daquele Estado, onde conheceu e se casou com sua digníssima, Maria de Carvalho Martins, professora, influenciadora da fundação do Ginásio Caxiense. Tiveram sete filhos.   Desiludido com os negócios, partiu para o Estado vizinho, surgindo então  sua terceira etapa de labuta, agora em Teresina, n

Bárbara de Alencar - A Heroína

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No dia 3 de maio de 1817, durante a missa celebrada pelo Pe. Vicente da Silva Pereira, uma mulher, vestida de negro, com um rosário azul às mãos, estava sentada na Igreja Matriz da Real Vila da Penha do Crato (CE) ao lado dos filhos Carlos (Padre), João e Tristão Gonçalves. Curiosa, pergunta: “Não estou vendo o José Martiniano”. Carlos a tranquiliza: “Ele deverá aparecer durante a homilia”. Logo após a leitura do Evangelho, aparece, de súbito, o diácono José Martiniano de Alencar, de batina preta, iniciando um sermão aos olhos atônitos dos que lhe escutam. Num ritmo eloquente e inflamado, discorre sobre as dificuldades por que passa a família brasileira, sobrecarregada pelos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, no Ceará agravadas pelas secas periódicas. O tom do discurso surpreende pela firmeza do sentimento de patriotismo, contagiando a todos que o ouvem. Então, comunica a sua nomeação como representante no Estado do Governo Provisório Republicano instalado em Pernambuco em 6

Doutora Amélia Benebien, a Primeira Médica do Nordeste

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Como boa parte dos vizinhos, seus pais deixaram Exu PE e foram morar no Crato CE, na época a mais progressista cidade de todo o Cariri, extremo sul cearense. Ali nasceu, em 6 de janeiro de 1860, Amélia Benebien (depois Perouse, sobrenome do esposo, médico francês), filha de coronel, parente de Pe. Cícero, afeita aos estudos.  Dez anos antes da Proclamação da República, um decreto permitiu às mulheres brasileiras estudarem nas Escolas de Medicina. Quando soube, suplicou aos pais para iniciar o curso na Escola de Cirurgia do Hospital Real da Cidade da Bahia, cuja Faculdade de Medicina fora criada em 1808.  E num lombo de cavalo, aos 25 anos, acompanhada de dois escravos, partiu para Salvador, cortando de balsa o majestoso Rio São Francisco. Enfrentou o preconceito por ser mulher, cearense, num curso frequentado por filhos de abastados, brancos de todo o NE, e para tal conviveu com seus cabelos curtos, machista, até a formatura em 1889 sem repetir uma cadeira.  Valeu a pen

Antônio Gondim - "Ceará Perde um Grande Artista" - Jornal O Povo, 18/11/1982

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O maestro, professor e poeta Antônio Gondim de Lima, que teve toda a vida dedicada à música, e há menos de um mês fundou a Academia de Música Alberto Nepomuceno, faleceu nesta quinta-feira, 17 de novembro (de 1982) vítima de distúrbio gástrico. Seu corpo foi velado no auditório do Instituto de Educação do Ceará, onde era professor de Educação Artística, e onde também ocorreu na manhã de ontem missa de corpo presente, que contou com a participação de alunos e professores do Instituto, além de artistas e autoridades locais.  Durante a missa, rezada pelos padres Joatan Carvalho, professor do Instituto de Educação do Ceará, e Gerardo Aguiar, falou em nome da escola o professor Vilco Gondim, enquanto regentes e membros dos corais do Estado, Escola Técnica Federal, Madrigal de Fortaleza e alunos do Instituto cantaram o “Salmo 122 – Confiança em Deus”, “Salmo 129 – Oficial dos Mortos”, além do Hino de Fortaleza, cuja música é sua, Hino do Instituto de Educação e o “Coral de Bach – Em D

Cultura Insubimissa - Dois Autores e Uma Mensagem

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 Livro lançado no dia 26 de novembro de 1982, domingo à noite, nos jardins da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, tendo como convidados Patativa do Assaré, Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, Cego Oliveira e outros. Seus autores, Oswald Barroso e Rosemberg Cariry, com base em estudos sobre a cultura brasileira, persistem no compromisso com a cultura de resistência, tendo, segundo a prefaciadora, Marta Campos,“o mérito de revelar como se organizam os elementos da cultura do povo em processo constante de transformação, desvios avanços e caminhos”.  Uma reunião de artigos, ensaios, entrevistas, debates e reportagens publicadas pelos autores em jornais e revistas.  Rosemberg Cariry Em Cultura Insubimissa, segundo Rosemberg Cariry, “estuda-se a cultura popular em seus diversos aspectos, analisando os mecanismos de resistência dos oprimidos e sua contribuição na formação de uma nova arte e literatura de características brasileiras e revolucionárias”. Traz ainda um estudo sobre

Shows do Iron Maiden (RU) e Anthrax (EUA) em Fortaleza serão no Castelão

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Primeiramente anunciado como realização na Vila de Formação Olímpica, em obras, e em seguida, em forma de boatos, na arena do Marina Park, finalmente ouviu-se a voz dos roqueiros nordestinos (única apresentação no NE) e foi confirmado nesta terça-feira o gigante e moderno estádio cearense como o local do evento. Dado curioso e digno de protesto foram os preços dos ingressos no gramado, que ficou restrito à elite econômica. Muitos legítimos fã irão paras as distantes cadeiras e as madames na frente de Bruce Dickinson e do Eddie Monster. ‪#‎ ironmaidenemfortaleza‬   ‪#‎ thebookofsouls‬   ‪#‎ ironmaidenfortaleza‬ ‪#‎ edforceone‬   ‪#‎ arteproduções‬   ‪#‎ shows fortaleza‬ ----- Samsung Galaxy S6 apresenta Iron Maiden em Fortaleza Data: 24 março de 2016 Local: Arena Castelão Abertura dos portões: 18h Pré-venda Fã Clube: 8 de dezembro de 00h01 a 23h59 no site www.livepass.com.br Pré-venda Samsung: De 9 de dezembro à 00:01h a 10 de dezembro às 23h59 no site  www.livepass.com.br Início d

Câmara Cascudo - Uma Obra que Resgata a Memória Brasileira

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 Jornal Diário do Nordeste, 1 de agosto de 1986. Matéria sobre o historiador potiguar, falecido dois dias antes:  “É bem provável que o Séc. XXI no Brasil dependerá da materialização de sua obra na cultura e civilização, das águas aos ares, não há assunto que o maios etnólogo da terra não tenha pesquisado com rigor e requinte”. É o que diz um artigo publicado há cerca de um ano pelo jornal Folha de São Paulo sobre o grande cientista popular nordestino Luís da Câmara Cascudo, que foi enterrado ontem (31/07/1986) no cemitério do Alecrim, em Natal RN (onde passou toda a vida).  Escritor, folclorista, etnólogo, historiador, geólogo e filólogo, Câmara Cascudo pesquisou como ninguém as raízes da nossa cultura. Morreu aos 87 anos, de parada cardíaca. Tinha uma isquemia coronária e os médicos descobriram sintomas de diabete e distúrbios neurológicos. Ele passou boa parte de sua vida internado e chegou a escrever um livro: “O Manual do Doente Aprendiz”.  VIDA/OBRA  Câmara Cascudo é d

Tremembé - Os Índios de Almofala

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Litoral norte cearense. A 260 Km de Fortaleza encontramos um distrito já desenvolvido, a procura de sua emancipação, cuja história, porém, alimenta passagens marcantes do povoamento indígena do Ceará. Capela de Almofala Consta no livro “História da Província do Ceará”, de Tristão de Alencar Araripe, que o navegador Américo Vespúcio, italiano de Florença, a serviço de D. Manoel, teria avistado pela primeira vez, como representante de Portugal, o litoral cearense no dia 18 de agosto de 1501. Thomaz Pompeu Sobrinho foi mais além. Em “Grandeza Índia do Ceará”, diz que o florentino não apenas avistou como desembarcou nas praias, que segundo a latitude deveria tratar-se das barras do rios Curú (Paraipaba/Trairi), Mundaú (Trairi/Itapipoca) ou Aracati-mirim (Itarema), onde se localizava a antiga aldeia tremembé, depois vila de Nossa Senhora da Conceição e dos Tremembés (1763), e em seguida Nossa Senhora da Conceição de Almofala (12 de setembro de 1766), em contato com os índios l

Fazenda Trigueiro - Pereiro na Era Escravocrata (Revista Instigada)

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Próximo ás margens da estrada entre a cidade de São Miguel (RN) e Pereiro (CE), a visão imponente da casa impressiona, intriga e desperta a curiosidade. A Casa Grande da Fazenda Trigueiro é datada do final do século XIII e segundo a história foi construída com areia trazida do rio Jaguaribe por escravos. A casa possui trinta e oito cômodos com portas e janelas de aproximadamente dois metros de altura. Um fato intrigante é que no andar térreo apenas a cozinha possui janela para fora e que os cômodos interligam-se com vãos centrais, antigamente usados para proteger de possíveis ataques de cangaceiros. Caso isso acontecesse, todos iriam para o andar superior da casa onde a porta com enorme chave suíça, funcionaria (ainda funciona) como um tipo de ponte elevada,que nos lembra os castelos medievais.  Nas paredes de quase um metro de largura, é possível distinguir marcas de mãos com manchas que segundo o filho da proprietária Zé Denis, (ex-vereador do município) seria sang