Paulo Freire - 2 de maio de 1997, Foi-se o Educador do Brasil
Paulo Freire em SP (foto Frank Carvalho) |
Em 1988, a nossa
professora de Sociologia transferiu a aula para o Auditório José Albano, no
Centro de Humanidades da UFC. Tratava-se de palestra do Professor Paulo Freire,
a qual deveríamos atentar, pois em seguida debateríamos o tema abordado. Nada
difícil, pois a maneira como ele se comunicava era de uma pureza, leveza, que
nos prendia, facilitando o aprendizado. E o tratamento diferenciado, como o “bom
dia a todas e a todos”, fazia as mulheres, naquela época discriminadas,
delirarem.
Fumante por 40 anos,
o educador estava em São Paulo, às vésperas de viagem a Cuba, onde receberia o
título de doutor honoris causa pela Universidade de Havana, mas não resistiu à
operação de desobstrução de artérias coronárias, após sentir dores no peito. Segundo
a sua secretária, mesmo adoentado, Paulo Freire brincava, afirmando que poderia mererr tranquilo por ter declarado o imposto de renda.
"Ignorante a subversivo". Sob essas acusações
Paulo Freire ficou preso durante 70 dias em 1964, em plena ditadura militar.
Vinte e três anos depois, Paulo Regius Neves Freire era cidadão honorário em nove
cidades brasileiras, doutor honoris causa em 28 universidades, inclusive
estrangeiras, e sua obra está traduzida para 20 idiomas. Dirigiu a Extensão
Universitária Universidade Federal de Pernambuco e sua atividade como educador
levou-o à criação, em 1961, do “'Movimento de Educação de Base" nas
favelas do Recife, sob o patrocínio do bispo dom Hélder Câmara.
Freire foi autor de fases marcantes (Okilombo Blogspot) |
Jornal Correio do Ceará comunica o retorno do exílio agosto de 1979) |
Livro de 1976 |
Ajudou a implantar
planos de educação na África, Ásia, Oceania e América. Mundialmente famoso com
clássico “Pedagogia do Oprimido”, procurou ensinar os alunos a raciocinar
criticamente com palavras retiradas da realidade deles. Num trabalho feito no
município do Cabo (PE), em 1987, os alunos começaram suas aulas com as palavras
"cachaça" e. "trabalho". Para Freire, a educação,
particularmente a alfabetização, “pode ser um instrumento de transformação
social se conscientizar as camadas mais pobres da população das razões de sua
opressão”.
Para transformar a
realidade, seria necessária uma "educação para a libertação", em oposição
à "educação para a domesticação". Durante dois anos e meio, de 1889
até 1991, Freire foi secretário da Educação da prefeita Luiza Erundina, em São
Paulo, frustrando-se com os resultados, longe da perspectiva de educação revolucionária
desejada, o que não suja o seu currículo.
Instituto Federal do RN. Seminário em Macaíba (RN) |
Fonte Universidade Federal da Paraíba (Biblioteca Digital)
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