José de Alencar - 2016, 187 Anos de Nascimento do Poeta

 
José de Alencar, ao lado de Machado de Assis,
o maior poeta do País
 No Dia do Trabalho,destacamos mais um ano de nascimento de um imortal da literatura brasileira. Cearense, sua família foi a precursora da luta sangrenta e corajosa contra o autoritarismo absolutista, introdutora no Ceará das revoluções libertadoras de Pernambuco. Segundo o escritor e crítico literário cearense João Clímaco Bezerra, “Pedro II chegou ao ponto de importar escritores de Portugal para destruir-lhe o renome”...”conquistou todas as posições numa corte patriarcalista e quase rural, falando de igual para igual com o Imperador” (Unitário, 22 de fevereiro de 1969).
 Temos a sua biografia, por Francisco Silva Nobre, teatrólogo, jornalista, sócio da Academia Cearense de Letras e Instituto do Ceará; e funcionário do Banco do Brasil, Caixa e Banco Central:
               
José de ALENCAR - Nasceu em Messejana, 1° de maio de 1829, filho de José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar. Com 8 anos, viaja do Ceará à Bahia pelo interior, viagem que marcou aspectos capitais da sua obra. Segue para o Rio de Janeiro, onde estuda os preparatórios no colégio do Professor Januário Mateus Ferreira.

 Em 1846 ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo e funda a revista “Ensaios Literários”, na qual publica os seus primeiros trabalhos (uma biografia do índio Camarão e o artigo Questões de Estilo); termina o curso em 1850, depois de ter cursado o 3° ano na Faculdade de Olinda.
Inicia-se como advogado no escritório do Dr. Caetano Alberto, no Rio de Janeiro (1851); dois anos depois, a convite de Francisco Otaviano, colabora no “Correio Mercantil”, onde escreve seus primeiros folhetins. 
Casa onde nasceu o escritor, em Fortaleza, cujo bairro leva seu nome (Foto Ceará Maltraqueando)

 Em 1855 funda o “Diário do Rio de Janeiro”, no qual assume o cargo de redator-chefe. Em 1856, usando o pseudônimo de Ig, estabelece polêmica acirrada em tomo da publicação do poema A Confederação dos Tamoios, de Domingos Gonçalves de Magalhães, e tem os folhetins de Cinco Minutos, reunidos em livro, distribuído como brinde de natal aos assinantes do “Diário do Rio de Janeiro”. Publica estudos sobre o Marquês do Paraná e A Constituinte Perante a História.


 Em 1857 aparece a primeira edição de O Guarani e tem representadas a opereta A Noite de São João, música do Maestro Elias Lobo, e as comédias Verso e Reverso e Demônio Familiar. Chefe de Secretaria e Consultor do Ministério da Justiça (1859). Vai ao Ceará, fazer uma campanha para Deputado Federal; eleito, estréia sem maior brilho na tribuna parlamentar em 23/0511861.

1929 - Placa comemorativa pelos cem anos de José de Alencar


 Em 1865 é lançada a primeira edição do romance Iracema, que se tomaria um dos maiores clássicos da literatura luso-brasileira; nesse mesmo ano, divulga as Cartas de Erasmo, dirigidas ao Imperador, focalizando aspectos da vida nacional e a necessidade de tirar o país da crise em que vivia mergulhado. Amigo de Machado de Assis, jornalista que já desfrutava de grande influência, fez-lhe carta apresentando Castro Alves, de passagem pelo Rio de Janeiro. Integra o gabinete do Visconde de Itaboraí como Ministro da Justiça (1868). Colocado em primeiro lugar na votação para Senador pelo Ceará, é preterido pelo Imperador, o que aprofunda as divergências que com o mesmo mantinha.
Alencar sustentou outra acesa polêmica, dessa feita com Joaquim Nabuco, provocada por críticas à representação do seu drama O Jesuíta; foram mais de dois meses de observações e contestações semanais nas páginas de “O Globo”.


 Seis meses depois. acometido de tuberculose, Alencar viajou para a Europa (Paris, Londres e Lisboa), à busca de tratamento, mas não melhorando, retornou à pátria; ainda foi eleito Deputado e faleceu no Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1877.

TJA (foto Guia Exclusivo)


 Criador do romance indigenista brasileiro, o notável cearense foi indicado por Machado de Assis como patrono de sua cadeira (n. 23) quando da fundação da Academia Brasileira de Leiras; é patrono de cadeiras em numerosas entidades acadêmicas, inclusive a Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro (n° 26), além de existir uma academia com o seu nome no Paraná.
É nome de ruas e praças em muitas cidades do Brasil e o teatro de Fortaleza também recebeu o seu nome, em homenagem ao grande teatrólogo que ele foi.
Fonte:Cearenses Notáveis: F. Silva Nobre.


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