XII Bienal Internacional do Livro do Ceará - Instituto Tonny Ítalo Presente

 "Não Posso Perdê-la!"



Caminhando, na vida e no pensamento,, vestido à moda do seu tempo, elegante, o jornalista e pesquisador Nirez caminhava pelo Centro da sua Fortaleza, devagar e a contemplar as paixões que o fizeram registrar, e arquivar, durante a vida: os prédios, aqueles que resistem à fúria imobiliária. O segui e com ele proseei por alguns instantes, às custas de pasteis com caldo de cana, concluindo a conversa com o evento do momento, a Bienal, que se aproximava: “Não posso perdê-la!”, disse. O artista, principalmente o cearense, apaixonado por cultura, não perde um destaque como tal. Ele, o Miguel Ângelo, filho de Otacílio de Azevedo, o pintor e escritor, não estará sozinho rumo ao Centro de Eventos. Todos nós o seguiremos, com as nossas paixões e curiosidades.

Convidados


 Lendo as presenças, vieram-me as memórias das minhas pesquisas, incansáveis momentos de prazer, as ricas matérias dos anos 1980, com o Oswald Barroso numa cheia do Orós, nas peregrinações de Padre Cícero, nos reisados do Cairiri, o Cariri do seu Caldeirão, que tão bem passou para o teatro. Oswald presente. O mesmo Caldeirão, que, do filme e teatro, Rosemberg Cariri escreveu no jornal. Rosemberg presente. Lira Neto, que eu acompanhava no O Povo, principalmente na época de ombudsman, emocionando-me com seu livro de estreia, sobre Rodolfo Teófilo, mais do que presente: curador. O angolano Valter Hugo Mãe, Ignácio de Loyola Brandão, Frei Betto, Isabel Lustosa, Ana Miranda, e eu imaginando conhecer essa turma, gente do saber, do conhecimento, cujo objetivo é educar. Presentes.

 
Lira Neto - Curador
Diante de opções como o Salão do Professor, Praça do Cordel, o tema será
“Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca”, cujo conceito expressa “a noção de acervo, seja ele individual ou coletivo, sincrônico ou diacrônico, material ou imaterial, oral ou escrito, xilografado, impresso ou digital”, uma homenagem aos 150 anos da Biblioteca Pública do Ceará, ocorridos no dia 25 de março. 170 escritores, 350 editoras e mais de cem estantes. À frente o Secretário de Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba, a Coordenadora de Políticas de Livro, Leitura e Bibliotecas, Mileide Flores e a curadoria  sob responsabilidade dos escritores cearenses Lira Neto, Cleudene Aragão e o nosso companheiro do InsTI, Kelsen Bravos.


Valber  e seu Painel


Lembranças do Cais Bar


Chegamos à boemia de Iracema. Destacamos a exposição do painel que emocionou os cearenses e turistas entre as décadas 1980 e início da de 2000, no Cais Bar, na Praia de Iracema. Valber Benevides levou trinta dias, em 1996, para descrever em caricaturas um pouco dos artistas da música popular brasileira. Não poderei deixar de visitá-la e lembrar os momentos de alegria  que os frequentadores viveram naquele monumento cultural viveram.


Kelsen Bravos (Curador e Colaborador do InsTI)



InsTI


Da parte do Instituto Tonny Ítalo (InsTI), porém, a correria pela conclusão dos trabalhos pré-bienal, uma vez que toda a sua área estará aberta para as crianças no Dia Nacional do Livro Infantil, à frente o Espaço Leitura e sua Biblioteca Rodolpho Theophilo, aos quais estamos envolvidos. Jogos, artes, contos, e muita leitura (acervo de 2,5 mil livros e revistas), marcados pelas presenças dos escritores infantis a nível nacional Benita Pietro e Tino Freitas. Será um evento oficial da Secretaria de Cultura do Ceará, a BIENAL FORA DA BIENAL. Na oportunidade, os lançamentos dos colaboradores do Instituto:




 - “Palavras que o Tempo não Leva” (Maria da Penha Maia).
 - “Deus Criou o Mundo e Nós Construímos o Conjunto Palmeiras” (Maria Fernanda de Sousa).
 - “Meetidos” (Mário Fellipe Fernandes).
 - “Cajueiro Pequenino” (Vera Camelo e Gláucia Lima).
 - “Enseñanza de Lengua Española em uma Práctica Sociocultural Através de Canciones” (Glácia Lima).
 - “Guerreiro sem Cor” (J. Lucas Jr.).

 No Centro de Eventos, aliás, o InsTI estará participando do encontro das Bibliotecas Comunitárias devidamente cadastrado na Secult CE.


 Programação:


  No Centro de Eventos, 25 mestres da cultura, acervos vivos, dialogando com o público a partir do dia 15. Confira a programação:


15 de abril (sábado): reunião dos mestres Aldenir (do Reisado, do Crato) e Zé Pio (do Reisado e do Bumba-meu-boi, de Fortaleza), com mediação do antropólogo Oswald Barroso, com o tema "O corpo é uma festa; o coração, um templo sagrado", contemplando duas diferentes vertentes de uma mesma manifestação. A curadora Cleudene Aragão estará ao lado do escritor angolano Valter Hugo Mãe na sessão de bate-papos.

16 de abril (domingo): "O corpo é um texto; a vida, alegria" inspira os mestres Gilberto Calungueiro (Teatro de bonecos, de Icapuí) e Palhaço Pimenta (Arte Circense, de Fortaleza), com mediação de Simone Castro. Bate-papo com Marina Colasanti e Affonso Romano Sant’Anna.

17 de abril (segunda-feira): "A voz é um sentimento; a palavra, o sertão" é o mote para Mestre Dina (Vaqueira Aboiadora, de Canindé), Mestre Pedro Coelho (Vaqueiro, aboiador e poeta, de Acopiara) e Mestre Lucas Evangelista (Cordelista, de Iguatu), com mediação de Rosemberg Cariry. Nas salas 3 e 4 do Mesanino 1, a partir das 15h, lançamento do livro “Cajueiro Pequenino”, das escritoras Vera Camelo e Gláucia Lima.

18 de abril (terça-feira): "As mãos são artes; a cabeça, imaginação", com Mestre Espedito Seleiro (Artesanato em couro, de Nova Olinda) e Mestre Deoclécio Soares Diniz - Mestre Bibi (Artesão, escultor, de Canindé) e Mestre Zé Pedro (Artesanato em cipó, de Guaramiranga). A mediação é do renomado professor e pesquisador Gilmar de Carvalho.

 Itaitinga: Bienal Fora da Bienal, no Instituto Tonny Ítalo, com os escritores Tino Freitas e Benita Pietro, comemorando o Dia Nacional do Livro Infantil. Rua Cândido de Meireles, 871, Barrocão. Acesso pela BR 116 Fort - Itaitinga, à direita da Fábrica Fortaleza.

19 de abril (quarta-feira): "A alma é um encanto, a memória divina" será o mote para a Mestre Cacique Pequena (Cultura Indígena, de Aquiraz), o Mestre Pajé Luiz Caboclo Tremembé (Cultura indígena, de Itarema) e o Mestre Cacique João Venâncio (Cultura indígena, de  Itarema). A mediação é do coordenador de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secult, historiador Alênio Carlos Noronha Alencar. Bate-papo entre os frequentadores do saudoso Cais Bar, da Praia de Iracema, destacanndo músicos e artistas que lá se apresentaram.

20 de abril (quinta-feira): "A vida é um som; a música, um sonho", com Mestre Cirilo (Maneiro-Pau, Côco e São Gonçalo, do Crato), Mestre Chico Paes (Sanfona de oito baixos, de Assaré) e Mestre Antonio Hortênsio (Rabeca, de Reriutaba). A mediação fica por conta da coordenadora do escritório regional da Secult no Cariri, Dane de Jade.

21 de abril: "O corpo é uma festa; o coração, um templo sagrado" reúne os mestres Moisés Cardoso (Dança do Coco, de Trairi), Vicente Chagas Gondim (Reisado, de Guaramiranga) e Maria do Horto (Benditos, de Juazeiro do Norte), com mediação do antropólogo e pesquisador Oswald Barroso.

 22 de abri: "O corpo é um texto, a vida um drama", reunindo Mestra Dona Zilda (dos Dramas, de Guaramiranga), Mestra Ana Maria (dos Dramas, de Tianguá) e Mestra Terezinha Lino (dos Dramas, de Beberibe). A mediação é da professora e pesquisadora Lourdinha Macena.

23 de abril: "As mãos são artes; a cabeça, imaginação" reúne Mestra Francisca Pires (Rendeira, de Cascavel), Mestra Lúcia Pequena (Cerâmica em barro, Limoeiro do Norte) e Mestra Maria Cândido (Cerâmica em barro – Juazeiro), com mediação do escritor e pesquisador Gilmar de Carvalho. Bate-papo com Daniel Galera e Joca Terron.


 O caminho é esse, rumo à Bienal Internacional do Livro, após três anos de espera, para abraçarmos a nossa cultura. Presente, caminhe devagar, contemplando os livros como Nirez e seus - os nossos - prédios.

                                                                      J. Lucas Jr (Instituto Tonny Ítalo).



Biblioteca Rodolpho Theophilo (InsTI). Foto Evilázio Bezerra (O Povo)

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