Biblioteca Pública do Ceará - 151 Anos
"Ansiedade Pública"
Somente em 25 de março de 1867, sob as bênçãos de D. Luís Antônio dos Santos, o primeiro bispo do Ceará, a Biblioteca Pública do Ceará foi inaugurada. Por iniciativa do presidente da Província, Conselheiro Barão Homem de Melo, autor da Lei N° 1486, de 8 de setembro de 1865, que não teve a honra de cortar a fita, uma vez que se consumou durante a gestão do tenente-coronel João de Sousa Mello e Alvim, tendo como primeiro diretor Justiniano Domingues da Silva e bibliotecário José de Barcelos, figura das mais preparadas nos meios acadêmicos, ele que preparou os pilastres da Escola Normal.
Inicialmente instalou-se na então Praça Marquês do Herval (José de Alencar), nas confluências das ruas General Sampaio com Liberato Barroso. Preparado para abrigar a Escola de Pedagogia, o prédio foi avaliado em vinte e três contos, setecentos e vinte e oito mil, seiscentos e doze réis, onde atualmente se erguem os jardins do Teatro José de Alencar. No mesmo local funcionava o Gabinete Cearense de Leitura, à frente parentes do primeiro diretor, de iniciativa privada, que promoveu a primeira reforma do prédio.
Primeira Sede (Foto J.O.) |
Lista de Consultas (A Razão 1929) |
Logo se mudou para a Rua General Bezerril, onde funcionou o Teatro da Concórdia (depois Teatro Taliense). Em 25 de novembro de 1892, transferiu-se para o prédio que serviu o Depósito de Artigos Bélicos, na rua Sena Madureira com Visconde de Sabóia, em 1915, seguindo anexada à Faculdade Livre de Direito até se fixar novamente na Av. Sena Madureira, dando de fundos com a Praça dos Voluntários, a futura praça da Policia Civil, um belo prédio de cinco andares, com dois grandes salões e escadas de mármore. Já em 1924 instalou-se na rua Floriano Peixoto
Após novos interesses políticos, a Biblioteca partiu para a Praça da Sé, na antigo casarão do Comendador Machado, onde funcionou o Telégrafo, a Tesouraria Provincial, a primeira sede da SEFAZ, o Instituto do Ceará e o próprio Liceu do Ceará, na Rua da Ponte com Travessa do Quartel, ou, para nos atualizarmos, Av. Alberto Nepomuceno com Rua Dr. João Moreira. Em 1933, o número de volumes chegava a 14.783, ainda com uma equipe modesta: a diretora, Maria Salazar Fiúza de Pontes, sua auxiliar, a bibliotecária Ana Nogueira Viana (que a substituiu em 1939); dois contínuos e um porteiro.
Retornou à Faculdade de Direito, no antigo prédio da Assembleia Provincial, pelo lado da Praça General Tibúrcio, no atual Museu do Ceará, desmembrando-se em 1962.
Na Rua Solon Pinheiro 36 (1962 - 1967), ocupou o antigo casarão residência do comerciante Maximiano Leite Barbosa, cuja filha, Sra. Maria Luiza Barbosa Câmara, negociou ao governo estadual por Cr$ 9. 442.853,00, na época em que o ex-prefeito
Raimundo Girão era o Secretário de Cultura. Mudou-se para a Praça do
Cristo Redentor em março de 1967, à Rua Rufino de Alencar, um bangalô hoje inexistente. Nele, funcionou também o Centro de Artes visuais as Casa de Raimundo Cela. Em 1970 não resistiu às investidas de
traças, baratas, além da maresia e falta d´água. No mesmo ano, a partir de 19 de janeiro, estava no
Palácio da Luz, dividindo o espaço com o Arquivo Público, até 1974. Então, aguardando a conclusão das obras da sua monumental sede, funcionou na rua Tristão Gonçalves, 920. Foi quando vislumbrou-se um terreno na Prainha, que futuramente seria a sua sede própria: Rua Franco
Rabelo 56, hoje incorporada à Av. Castelo Branco,
1962. Rua Solon Pinheiro. (Gazeta de Notícias) |
1969. Na Praça Cristo Redentor (Unitário) |
Em 1978, Decreto do governador Waldemar
Alcântara alterou o nome para Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel.
Com as Obras Raras, nas Rua Assunção. |
Desafios vencidos, problemas superados, em
2018, nas comemorações dos 151 anos da Biblioteca Pública, o Governo Estadual apresenta o prédio adaptado à modernidade, climatizado e em processo de digitalização. Uma luta que
superou dois anos, com remoção de parte dos servidores para o Espaço Estação sem deixar de atender o público fiel. 2.272 metros quadrados, em cinco
pavimentos rigorosamente tratados, com maquinários novos, como o sistema de ar
e a iluminação. E toda a atenção da equipe de bibliotecários e apoiadores, à
frente a diretora Enide Vidal, na conservação dos cerca de 115 mil volumes. Se
doeu a espera, comemore-se então, pois ela está de volta, afinal, como dizia o
presidente da província, em 1865, “trata-se de uma ansiedade pública”.
Seus primeiros diretores foram:
Justiniano Domingues da Silva (1867)
Herculano de Araújo Sales (1873)
Juvenal Galeno (1898)
Mozart Damasceno (1919)
Ana Salazar Fiúza (1921)
Marcial Teixeira Pequeno (1923)
Atual diretora: Enide Vidal.
Secretário de Cultura: Fabiano Piúba. Governador Camilo Santana.
Fontes: Jornais Unitário, Gazeta de Notícias, A Razão, A Constituição, Diário do Nordeste e Tribuna do Ceará.
Fontes: Jornais Unitário, Gazeta de Notícias, A Razão, A Constituição, Diário do Nordeste e Tribuna do Ceará.
Em 1967, na Praça do Cristo Redentor. (Gazeta de Notícias) |
19/01/1970: Primeiro dia no Palácio da Luz. (Unitário) |
Parabéns Lucas Junior pela pesquisa, pelo texto, pela história, pelo conhecimento, pelo sentimento de apreço e de amor à Nossa Biblioteca, equipamento cultural mais antigo do Ceará, diz a história, como também um dos equipamento culturais mais importantes para a cultura, partindo do princípio que em cada cidade, por menor que seja, tem uma biblioteca, realidade diferente dos museus, dos arquivos, dos teatros etc. Gratidão e Viva a Leitura, Viva a Literatura e Viva a Biblioteca Pública do Estado do Ceará Menezes Pimentel!!!!
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