Andrade Furtado - Advogado, Professor e Jornalista

 Origem no Sertão

Andrade Furtado -
Ceará Illustrado 1926

Manuel Antônio de Andrade Furtado nasceu em Quixeramobim CE em 28 de janeiro de 1890, de origem Furtado de Mendonça, como outras famílias espalhadas pelo Nordeste, e dos Bezerra de Menezes. Ao chegar a Fortaleza estudou no Liceu do Ceará. Inteligente, acadêmico em Ciências Jurídicas e Sociais (antiga Faculdade de Direito do Ceará) já lecionava, como no Instituto de Humanidades, Colégio Nogueira, Colégio Colombo, Instituto Miguel Borges (futuro Colégio Castelo Branco, na Av. Dom Manoel, em homenagem ao fundador, Odorico Castelo Branco) e na famosa Fênix Caixeiral.

 Ligação com o Clero

 Formou-se em 8 de dezembro de 1915, sendo o orador da turma, na época famoso poeta. Dois anos depois era professor da sua Faculdade de Direito através de concurso.  A nível superior, ensinou na Faculdade de Agronomia, Instituto Social e na Faculdade Católica de Filosofia, estreitando ali seu vínculo com a Arquidiocese, para a qual dirigiu, desde a fundação, o Banco São José, que se transformou em Banco Popular de Fortaleza, além de presidente e secretário-geral do Círculo Operário Católico, também lidado à Arqudiocese.

Poeta

 Cadeira número 10 do Instituto do Ceará e de número 26 da Academia Cearense de Letras, foi Vice-Reitor da UFC, Interventor Federal e secretário do Interior e Justiça.

Liga Eleitoral Católica (LEC)

 Mas no jornalismo a essência do caráter emotivo. Colaborador do Diário do Estado, Correio do Ceará, sendo diretor do jornal da Arquidiocese: O Nordeste. Foi nessa época a criação da Liga Eleitoral Católica, a quem ele e o jornal fizeram defesa apaixonada dos princípios conservadores. A LEC era composta pelo clero, pelos integralistas (inclui-se aí Gustavo Barroso), pelos latifundiários e por Franco Rabelo, ex-governador que derrubou  Nogueira Accioly, ou seja, anticomunista. Fez-se vitoriosa nas eleições de 1934, com Menezes Pimentel eleito (indiretamente) pela maioria lecista na Assembléia Legislativa.

O Jornal da Arquidiocese

 Quando a sede do O Nordeste ficava na rua Major Facundo, vizinha ao Cartório Ponte, o jornalista descia o andar e se dirigia aos altos da Livraria Selecta, que ficava no térreo, onde lia seus artigos diários em “voz compassada e em tom alto”, em 1934.

Rua Major Facundo: O Nordeste funcionando nos altos da Livraria Selecta ( O NE, 1928)

 Faleceu na sua residência, na Praça Cristo Rei (antiga Benjamin Constant), na Aldeota, em 16 de abril de 1968. (Fonte: Itamar Espíndola - Revista do Instituto do Ceará).