6 de Junho de 1914 - Nasce o Poeta do Clã

 
Professor Antônio Girão Barroso
Antônio Girão Barroso nasceu em Araripe, Ceará no dia 6 de junho de 1914, onde seu pai, Teodorico da Costa Barroso, Inspetor dos Telégrafos, trabalhava e residia com a esposa, a senhora Maria Machado Girão Barroso.

 Chegou a Fortaleza, vindo de Iguatu CE, em setembro de 1929. Com ele, seu irmão mais velho, Magdaleno (futuro advogado e professor de Direito), além de um amigo, Humberto Teixeira (futuro advogado, deputado federal e famoso compositor de "Asa Branca"). Hospedaram-se num hotel, que se por um lado era modesto, por outro muito bem localizado: Rua Barão do Rio Branco com Rua Guilherme Rocha (na época Rua Formosa com Rua da Municipalidade). Mas a recepção não foi agradável. Eis que à noitinha despertaram com cheiro de fumaça, o Hotel Avenida estava pegando fogo, o primeiro caso na história da cidade, que ainda não possuía Corpo de Bombeiros. Num quarto do terceiro andar escaparam, indo para a pensão do pai de Humberto, na Rua Major Facundo.

 Estudou no Liceu do Ceará, Colégio Castelo Branco e Educandário Cearense; na Escola de Comércio da Fênix Caixeiral fez o curso de Perito Contador e integrou a turma de bacharelandos da Faculdade de Direito no ano de 1944.Durante os anos de estudo, participou intensamente dos movimentos estudantis e das diversas manifestações culturais da juventude cearense da década de 30 e 40. Iniciou-se no jornalismo, fundou e dirigiu revistas e jornais e foi um dos principais entusiastas e animadores do Grupo Clã, o mais importante movimento literário cearense no século XX.

 Casou-se com Dona Alba Cavalcante Barroso em 26/5/1945, passando em seguida a lecionar. Como Professor, ensinou na Escola de Comércio Padre Champagnat e nas Faculdades de Direito e de Ciências Econômicas, cuja direção exerceu em caráter de interinidade.
 Ajudou a fundar o "Clube de Cinema de Fortaleza", que bons serviços prestou ao cine-clubismo e à cultura cinematográfica no Brasil. E com apoio dos intelectuais se candidatou a vice-prefeito de Fortaleza em 1958. 

 O poeta do Clã publicou "Poesias Incompletas", "Um Certo Contato com a Lua", "Poesia e Vida- Aproximações", obras que fascinaramo reitor da UFC, Antônio Martins Fins,que não esqueceu do amigo nas republicações na Coleção Alagadiço Novo.
Tornou-se contador pelo conceituado Fenix Caixeiral (segunda sede)
Rua 24 de Maio com Guilherme Rocha. Foto: Fortaleza Nobre


 Em 1962 foi eleito para a cadeira N° 18 da Academia Cearense de Letras, cujo patrono é o Dr. Moura Brasil, em substituição a Otávio Lobo, falecido no final do ano anterior. Também fez parte da Sociedade Cearense de Geografia e História. Entre os muitos cargos públicos que ocupou estão os de Revisor da Imprensa Oficial, redator do antigo Departamento do Serviço Público, Membro do Serviço de Censura e Diversões Públicas, Chefe dos serviços de imprensa do Palácio do Governo e Diretor do Departamento de Assistência ao Cooperativismo.

 Foi correspondente, em Fortaleza, da “Revista Globo”, de Porto Alegre, bem como do “Jornal de Letras” e do “Jornal do Escritor”, do Rio de Janeiro. Ocupou, também, a chefia do setor de jornalismo da TV Educativa do Ceará. Com José Alcides Pinto, introduziu o concretismo na poesia cearense. Estreou em livro no ano de 1938, com Alguns Poemas, e, em 1946, fez parceria com Otacílio Colares, Aluísio Medeiros e Artur Eduardo Benevides na publicação de Os Hóspedes.



 
No Unitário (1958), A.G.B. saúda os
dez anos do Clube do Cinema
São de sua autoria, ainda, os livros "Novos Poemas" (1950); "Poemas para Ajudar" (também em parceria com Cláudio Martins e Otacílio Colares); "Universos; As Artes Plásticas no Ceará"; "Modernismo e Concretismo no Ceará e Dois Tempos". Sempre muito elogiado pela crítica, alcançou projeção nacional.

 Faleceu na capital cearense em 11 de dezembro de 1990.

 A família mantém, em Trairi CE, a Biblioteca Antônio Girão Barroso, aos cuidados da filha, Cristiana Cavalcante Barroso, cujo acervo serve de pesquisas constantes de professores e alunos da rede pública local.

Foto ao lado: Antônio Girão Barroso com um dos maiores intelectuais do Ceará, Professor Djacir Menezes (Jornal Unitário, 9/1/1962) 


 Texto editado: Cearenses Notáveis: Francisco Silva Nobre (Poeta, Bancário, Jornalista e Teatrólogo).
                                                       Instituto Histórico do Ceará

Durante as eleições de 1958, seus colegas não o abandonaram (Jornal Unitário)


Comentários

  1. Bela lembrança, caro Lucas Júnior. Publicações póstumas de AGB: Poesias Incompletas; Um Certo Contato com a Lua - Poesia e Vida: Aproximações - Prosa (a sair). Um abraço e os agradecimentos da família e admiradores do poeta.

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