José Levi - Voz do Povão na Praça do Ferreira
Zé Levi em 1945 Correio do Ceará A bucólica Fortaleza chegava ao século XX voltada para os jornais, diante dos movimentos político-sociais que transformavam o país, a Europa e os Estados Unidos. A leitura era o centro das atenções da Praça do Ferreira. Em seguida, os debates acalorados dos seus frequentadores, ou seja, o termômetro político da capital cearense. Por conseguinte, o chefe político era centro das discussões. E nessas rodas não se encontravam apenas os intelectuais, os donos das vagas nos melhores acentos da praça. Populares também tomavam partido e davam opiniões, embora com ressalvas, pois eram os melhores alvos da polícia. Havia um desses cativos, cearense raiz, baixo, deficiente de lardose, com o tórax deformado, cabelos grandes, bom de prosa, que não se intimidava e abria o verbo. “Trajava casimira e o seu jaquetão enfeitava-se com uma infalível rosa na lapela. Grossa corrente de ouro ligada ao cinto sustentava o relógio, colocado no bolsinho da frente da ca