CASTELOS, APENAS CASTELOS. (Por A. Capibaribe Neto)
Não, o poeta não é uma vítima, não é apenas um sofredor, não é um coitado. Talvez veja aquele que procura algo diferente, aquilo que sente, aquilo que passou. O poeta não é um dramático nem procura arrancar, daquele que o lê, lágrimas de um sentimento proposital. Não. Escrever é uma forma de desabafar. A poesia é o desabafo do sentimental, do romântico, do poeta por aí. Quando escreve, as palavras coincidem numa rima que toca fundo na alma, arrancando verdades. “Chega de mentiras...”, disse ele olhando-se no espelho. Havia mentido em todas as cores. Mentiu sonhos azuis, mentiu esperanças verdes no branco, contrastou-se com o preto e descobriu-se incolor. Era impossível passar pelo branco sem se fazer ver. Foi o seu dia de preto no branco. E aí, olhou-se no espelho, sentiu vergonha de si mesmo e prometeu não dizer mais mentiras. E chorou feito criança quando lhe tomam seus brinquedos. Paga-se um preço por cada mentira que se conta, principalmente quando elas trabalham os sentim